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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 DANNYBAL REYES

( Venezuela )

 

Nació en Araure, Portuguesa, Venezuela.
Cursó estúdios en la Escuela de Letras de la

Universidad Central de Venezuela.

Coordenador editorial de la Fundación Editorial el perro y la rana.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

FESTIVAL MUNDIAL DE POESIA  3er.  - ÁFRICA / AMÉRICA / ASIA / EUROPA / OCEANIA.  Antologia 2007.  Caracas: Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, 2006.   S. p.           Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       RITO 2

            A Inti Clark

Un viejo amigo
enemigo quizá
solía decirme
“La palabra florida
el verbo abundante y bien empleado
son las armas que harán que el mundo sea tuyo
no salgas de tu casa
con menos de cien verbos en tus bolsillos
otro tanto de sustantivos
no menos adjetivos
y todos los proverbios que puedas”.

Tomé su consejo al pie de la letra
aún el mundo no había sido mío.

Pero hoy salí con más de diez verbos
dos de ellos rotos
cinco sustantivos
dos o tres adjetivos
se me olvidaron los adverbios
ahora
ya de noche
vuelvo a casa
sin el mundo en mis manos
pero ebrio
y una mujer se desnuda en mi cama.


RITO 6

Un sonido poco estridente
seco
fue suficiente para disipar
no sólo su imagen
sino todas las del mundo

corrieron despavoridos
ella
él
los otros

sus rostros no llevan horror
todo el horror del mundo
me lo quedo

ellos saben hacia donde huyen
porque huyen de mí
del espantoso sonido
y yo
de quién huyo
acaso también de mí
pero no puedo correr
no podré huir
me quedo conmigo y con mi horror
ya no está su imagen de cuerpo para perderse
está la imagen de bala en mi cabeza

no está la imagen
está la bala

 

RITO 12

Las estatuas de donde vengo
no saben de álgebra
astrología
alquimia
y de mitología mucho menos
no han tenido tiempo
de aprender a mirar el mundo
pasar con indiferencia.

Pocas palomas han visitado
sus hombros y cabezas
ninguna ha perdido un dedo
la nariz
las piernas o los brazos.

No tienen cuerpo de frío bronce
ni fresco mármol
calor de piedra
las estatuas de donde vengo
de armazón de concreto
no han digerido aún el pasado
y ya se comieron su futuro.

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: ANTONIO MIRANDA

 

       RITO 2

            A Inti Clark

Um velho amigo
inimigo talvez
acostumava dizer-me
“A palavra florida
O verbo abundante e bem empregaado
são as armas que farão que o mundo seja teu
não saias de tua casa
com menos de cem verbos em teus bolsos
outro tanto de substantivos
não menos adjetivos
e todos os provérbios que puderes”.

Tomei seu conselho ao pé da letra
O mundo ainda não era meu.

Mas hoje saí com mais de dez verbos
dois deles rotos
cinco substantivos
dois ou três adjetivos
mas esqueci os advérbios
agora
já de noite
volto para casa
sem o mundo em minhas mãos
mas ébrio
e uma mulher se desnuda em minha cama.




RITO 6

Um som pouco estridente
seco
foi suficiente para dissipar
não apenas a sua imagem
mas todas as do mundo

correram apavorados
ela
ele
os outros

ssus rostos não carrega o horror
todo o horror do mundo
fico com ele

eles sabem até onde fogem
porque fogem de mim
do espantoso som
e eu
de quem fujo
acaso também de mim
mas não posso correr
não poderei fugir
fico comigo e com meu horror
já não está sua imagem de cuerpo para perder-se
está a imagem da bala em minha cabeça

não está a imagem
está a bala

 

RITO 12

As estatuas de onde venho
nada sabem de álgebra
astrologia
alquimia
e de mitologia muito menos
não tiveram tempo
de aprender a ver o mundo
passar com indiferença.

Poucas pombas visitaram
os seus ombros e cabeças
nenuma perdeu siquer um dedo
o nariz
as piernas ou os braços.

Não têm corpo de freo bronze
nem fresco mármore
calor de pedra
as estatuas de onde venho
de armação de concreto
não dirigiram ainda o pasado
e já devoraram o seu futuro.

*

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Página publicada em março de 2022


 

 

 
 
 
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